quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A Coruja Alienígena

Há mais de quatro anos que eu não meditava, que eu não voltava para o meu recanto, meu local de descanso.



Primeiro eu tenho que descrevê-lo, se é que há uma descrição pára um lugar tão maravilhoso...
Imagine uma paisagem natural, uma cachoeira, um lago em um vale cheio de árvores. Mas nessa paisagem parece ser apenas um pedaço vagando no espaço. Não há nada além dessa paisagem, apenas o que tem nela... a única coisa que parece estar conectada com outro universo é a fonte da cachoeira.
O engraçado é que não há fonte. Imagine que, do espaço despenca uma cachoeira infinita, que termina em um rio, que por sua vez termina em outra cachoeira. Essa segunda cachoeira de fato é uma cachoeira, pois a primeira não tem sentido, ela vem de lugar nenhum, então não é completa. Mas a segunda, ela vem do rio, e termina num lago.
O Lago abriga uma grande enguia, ela sempre esteve lá, desde a minha primeira meditação. É a primeira criatura que me deparei nesse mundo, e apesar de eu ainda não desvendá-la ela ganhou um novo sentido na ultima meditação. No fundo do lago também deveria haver um frasco com um líquido azul brilhante, mas ele não esta mais lá agora.
E o lago não é a coisa mais importante desse cenário. nem a mais bonita ou chamativa. O meu lugar preferido e de descanso é um grande, enorme, gigantesco Carvalho. Ele se destaca das outras árvores, e sempre que olho pra ela imagino como seria a Yggdrasil. É nela que eu moro. 
Mas não foi no Lago, no Carvalho ou na Cachoeira que comecei a minha caminhada desta vez. Foi na Caverna.
A Caverna é quente e seca, não úmida como se imagina qualquer caverna de inicio. Foi lá que estive da ultima vez, talvez por isso que apareci por ali desta vez. Da ultima vez, resolvi visitar esse mesmo lugar pelo mesmo motivo que agora, mas não pela mesma pessoa. Meu namoro estava em crise e eu queria saber o que poderia fazer para melhorar. Mas não importa o que aconteceu antes, pode ser que um dia eu conte. O que importa é que a flor que tentou brotar na Caverna morreu, mas seus restos continuam lá para perpetuar o local com a sua presença.
Logo eu saio da Caverna, e avisto o Carvalho, lindo como sempre. Mas noto algo que nunca havia composto o cenário antes, algo que eu sempre gostei na Realidade mas nunca esteve no meu Recanto. Deu vontade de chorar com aquela presença alienígena, mas a curiosidade tomou conta do meu ser, e resolvi persegui-la, desvendar seu mistério.
Quando me aproximei, ela voou, e minha curiosidade aumentou, então a segui. Ela era rápida, eu mal conseguia alcança-la, então resolvi alçar voo também. Ainda assim não conseguia me aproximar, por ela era pequena e passava pelos galhos do Carvalho com facilidade, ignorando folhas e galhos menores. Então resolvi fazer o mesmo: comecei a cortar os caminhos quebrando galhos, até mesmo atravessei uma parte do tronco, e finalmente peguei aquela coruja teimosa.
Eu ri, me senti aliviado finalmente por ter conseguido o que eu queria. Mas no mesmo momento me bateu a desolação, e eu me virei para o Carvalho. Ele estava todo machucado, quebrado e mal cuidado. Será mesmo que aquela curiosidade valia tanto a pena? A coruja já não tinha o mesmo encanto agora presa nos meus dedos. Ela parecia sofrer, perdida em um mundo que provavelmente não queria estar. Eu a solto, mas agora que a toquei posso atraí-la quando quiser. Só preciso saber o que fazer com ela. Começo a procurar outras diferenças no cenário, e percebo que o Lago está diferente. a água está correndo ao contrário. Quando me aproximo percebo que a Enguia está quase morta, e também noto o desaparecimento do frasco. Posso concertar o fluxo da água, os galhos do Carvalho, e salvar a Enguia, mas o cenario nunca será como antes.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sobre a Realidade - Pt 2



Bom, agora é hora de dar um nó no cerebro:
Primeiro, tente imaginar como as pessoas veem a realidade. Quando pensamos nisso, acreditamos que as pessoas e outros seres vivos têm as mesmas sensações que a gente, mas depois de refletir melhor, descobrimos que não é bem assim que as coisas funcionam. Nesse momento, você pode lembrar dos daltônicos, ou da limitada gama de cores na visão dos gatos, mas ainda quero ir mais longe que isso.
Vamos dar uma esquecida nas aulas de biologia, pq ainda assim nos prenderíamos a conceitos que não cabem nessa reflexão, ok?
Imagine que, mesmo nós, seres humanos, podemos ter nossas particularidades com relação as percepções. Podemos dizer que o vermelho que eu enxergo é o mesmo que você? Será que o que é vermelho pra vc não é verde para outro, amarelo para outro, e assim vai? ainda está fácil!
Imagine agora que, o que pode ser azul pra vc, poderia ser listrado ou gradiente para outro. Porém, depois de crescermos aprendendo a definir aquilo que vc enxerga como azul, não teríamos como explicar para outros que o mesmo "azul" que vc enxerga não é o que o outro enxerga, pois não há referências para comparações.
Agora, vamos usar a mesma idéia para os outros sentidos. Será que as pessoas sentem as mesma coisas nos atributos "liso" ou "aspero"? Parece loucura achar que uma parede pode ser lisa para uma pessoa e aspera para outra, mas se as duas pessoas têm a mesma definição para aquele atributo, aprendida apenas para poder se comunicar e viver em sociedade, como poderíamos ter certeza de que é a mesma coisa?
Se nos prendermos aos exemplos que estou dando, ainda não conseguiremos entender o quadro completo. Pense que o mesmo pode ser aplicado a TUDO, desde as sensações externas como as internas: Sentimento e Sensibilidade só precisam de referencia em termos grupais, mas as idéias não têm siginicado pra Realidade Geral, se ela existe.
Bom, vou dar um tempo com esse texto, se estiver claro eu tento ser mais ousado, mas se não estiver, tento escrever mais sobre o mesmo...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A Percepção da Realidade


Bom, já tem um tempo que eu estava afim de resgatar este blog, e cá estou.
E para o primeiro Post, não vejo texto mais conveniente do que este...

O que vou escrever não é muito original, mas nunca enjôo de pensar sobre isso:
Já parou para pensar se as pessoas ao seu redor realmente "existem". Não sei se esse é um pensamento egocêntrico, mas muitos devem ter parado pra pensar se as pessoas ao redor realmente pensam e sentem como nós, ou se não passam de frutos da nossa imaginação. Até mesmo os lugares, os objetos, animais e plantas poderiam ser simulações, criadas por nossa propria imaginação ou algo externo...
O interessante desse pensamento é que a gente pode NUNCA descobrir se isso é real. É certo achar que uma pessoa que vê o mundo diferente da maioria é doente? Será correto passar o resto da vida sem ao menos questionarmos os proprios dentes?
Não quero reinventar a Caverna de Platão, apenas revive-la.
Bom, mais que isso acho desnecessário, porém vamos à algums filmes de referência que levantam essa questão:
Filmes
- O Show de Trumam
- O 13º Andar
- Matrix
- Identidade
Espero ter sido provocativo, e finalizo esse post com uma pergunta:
Será que uma árvore que cai faz barulho quando não há ninguém por perto para ouvir?